Introdução
"Dia dos Mortos" é um filme dirigido por George A. Romero e lançado em 1985.
"Dia dos Mortos" é a terceira parte da icônica série de filmes de zumbis do diretor, conhecida como a Trilogia dos Mortos.
Os filmes anteriores a esse são "A Noite dos Mortos Vivos" e "Despertar dos Mortos".
Este filme de terror pós-apocalíptico nos mostra uma visão sombria e
intensa das pessoas sobrevivendo em um mundo devastado por
mortos-vivos, enquanto examina questões mais profundas sobre a natureza humana
e a decadência da sociedade.
Sinopse
A narrativa se desenrola em um cenário subterrâneo, onde um grupo de sobreviventes tenta manter a civilização enquanto os mortos-vivos dominam o mundo exterior.
A história se concentra em um pequeno grupo de personagens, incluindo cientistas, militares e civis, todos confinados em uma instalação militar.
A tensão entre esses grupos é palpável desde o
início, com cientistas buscando entender a natureza dos zumbis, militares
ansiosos por controle e os civis tentando manter sua sanidade em meio ao caos.
O Elenco
A principal protagonista, a cientista Dra. Sarah Bowman, interpretada por Lori Cardille, é uma personagem complexa e resiliente. Sua busca por uma solução científica para a epidemia de zumbis reflete a esperança desesperada de encontrar uma saída para a calamidade.
O capitão
Rhodes, interpretado por Joseph Pilato, personifica a autoridade militar em
declínio, enquanto o Dr. Logan, conhecido como "Bub", interpretado
por Howard Sherman, oferece uma perspectiva única como zumbi inteligente, resultado
de experimentos científicos.
A Evolução
Uma das realizações notáveis de "Dia dos Mortos" é a evolução dos zumbis na narrativa. Essa é uma característica interessante que apareceria em outros filmes de George A. Romero, mas esse é um assunto para outro dia.
O que podemos dizer é que ao contrário dos filmes anteriores de Romero, aqui os zumbis exibem uma maior inteligência e características mais humanas.
Bub, em particular, se destaca como um zumbi que demonstra retenção de memória e até mesmo empatia, levantando questões éticas sobre a natureza da vida e da morte.
Essa abordagem inovadora amplia as
fronteiras do gênero zumbi e contribui para a profundidade do filme.
O Ambiente Subterrâneo
A ambientação claustrofóbica do cenário subterrâneo intensifica a atmosfera de desespero e isolamento.
Romero habilmente utiliza o espaço limitado para criar tensões crescentes entre os personagens, destacando suas frustrações e medos.
A relação conflituosa entre civis e militares atinge
seu ápice quando o Capitão Rhodes assume uma postura autoritária, resultando em
confrontos emocionais intensos.
Tom Savini
A maquiagem e os efeitos especiais de Tom Savini, responsável pelo design dos zumbis, são impressionantes para a época, contribuindo para a autenticidade e o horror visceral do filme.
A representação gráfica do apocalipse zumbi é chocante e eficaz, alimentando a atmosfera sombria da narrativa.
A carnificina explícita destaca a brutalidade do mundo
criado por Romero, reforçando a noção de que os verdadeiros monstros podem ser
tanto os mortos-vivos quanto os vivos.
Trilha Sonora
A trilha sonora de John Harrison é uma peça fundamental na construção da atmosfera.
Composta por uma mistura de sintetizadores eletrônicos e temas melódicos, a música complementa perfeitamente as cenas, acentuando momentos de tensão e desespero.
A escolha
musical cria uma experiência sensorial envolvente, imergindo os espectadores no
mundo apocalíptico do filme.
As Relações Humanas
Além do horror físico, "Dia dos Mortos" explora horrores psicológicos e sociais.
A deterioração da civilização é evidente na decadência das relações humanas, refletida nos crescentes conflitos entre os personagens.
Romero utiliza o cenário apocalíptico como um espelho
para as tensões sociais da época, com comentários sutis sobre militarismo,
ciência desenfreada e a fragilidade da ordem social.
Militarismo X Ciência
O filme também aborda a desconfiança entre os sobreviventes, enfatizando a luta pela sobrevivência e os desafios de manter a humanidade em face do caos.
A tensão entre ciência e militarismo oferece uma
reflexão sobre as prioridades da sociedade em tempos de crise, enquanto a busca
por uma solução para a epidemia serve como um microcosmo das esperanças e
desilusões humanas.
O Ritmo e a Edição
No entanto, é notório o ritmo mais lento do longa em comparação com os filmes anteriores, especialmente nas primeiras partes.
A exposição prolongada pode ser desafiadora para alguns espectadores contemporâneos acostumados a narrativas mais rápidas.
No entanto,
essa escolha contribui para o desenvolvimento gradual da tensão e da
complexidade dos personagens.
Conclusão
Em conclusão, "Dia dos Mortos" é uma obra-prima do horror que transcende as convenções do gênero zumbi.
George A. Romero não apenas consolidou seu lugar como um mestre do cinema de horror, mas também ofereceu uma reflexão perspicaz sobre a natureza humana e a sociedade em tempos de crise.
Com performances cativantes, efeitos visuais impactantes e uma narrativa provocativa, o filme continua a ser uma referência incontestável do cinema de terror, mantendo sua relevância ao longo dos anos.